EM 2º DIA DO SEMINÁRIO “CNBB 70 ANOS”, MINISTRA CÁRMEN LÚCIA, DO STF, DEFENDE O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO NO PAÍS

       A ‘CNBB e a construção da democracia’ foi a temática refletida no segundo dia do Seminário CNBB 70 anos: comunhão, participação e missão’, organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por meio do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ). Compuseram a mesa do evento on-line no segundo dia do evento, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia Antunes Rocha e o doutor em Teologia e professor da Faculdade Jesuíta, em Belo Horizonte (MG), padre Manoel Godoy.

       A abertura foi feita pelo doutor em Direito e professor da Universidade de Brasília (UnB), Jose Geraldo de Sousa Junior. Ele destacou os horizontes de um momento histórico, além das experiências e as alianças que a CNBB fez ao longo do período, em nome do Povo de Deus.

A ministra do STF, Cármen Lúcia Antunes Rocha, foi a primeira expositora do dia. Em sua fala, agradeceu como cidadã brasileira a participação e destacou que “os tempos necessitam dar sentido, no presente, aos princípios na realidade que estamos vivendo. Em tempos em que a fome retornou, drama humano pessoal e social. Estamos em um momento em que precisamos preservar a democracia”, disse.

A magistrada deu ênfase, em sua abordagem, aos princípios que asseguram o Estado Democrático de Direito, especialmente em sua efetivação constitucional e na garantia de direitos:  “Não basta falar em igualdade. Não há apenas um conjunto de princípios constitucionais. Constituição é lei. E lei é para ser cumprida”, ressaltou. A ministra fez referência ao papel educativo que a CNBB vem exercendo nos processos eleitorais, com a publicação de cartilhas como “Cartilha de Orientação Política 2022”, publicada pelo Regional Sul 2 da CNBB.

Diretrizes da Evangelização no Brasil

O professor doutor padre Manoel Godoy foi o segundo palestrante do dia. Ele falou sobre a transição das Diretrizes Gerais da ação Pastoral 1975-1978 para as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023.

“Na temática da evangelização não houve rupturas, mas um novo contexto que serviu de pretexto”, disse

De acordo com o professor, como fonte geradora, havia o Plano Pastoral de Conjunto em 1975, da contribuição do padre Raimundo Caramuru e o Chico Whitaker, ajudando na estruturação do plano, com destaque à relação com a Guadium et Spes como relação entre fé e a ação transformadora na sociedade. Em 1995, no papado de São João Paulo II e das demandas da sociedade brasileira, com uma ação mais aberta para a sociedade, na busca de uma terminologia que correspondesse a uma ação mais ativa, surgiram segundo ele, um novo empenho da Igreja na ação evangelizadora que adota 3 desafios: O secularismo, a pobreza e o pluralismo religioso.

Padre Manoel Godoy destacou também que no DNA da CNBB há uma permanente relação entre Igreja e Sociedade e o respeito pelo Estado Laico. “A evangelização cresce no coração da Igreja após o Evangelli Nuntiandi, de São Paulo VI, e a Redemptoris Missio, de São João Paulo II. Perspectiva de 5 pontos nas exigências da evangelização a partir da ideia de inculturação. Destacou 4 pontos finais: variedade e complementariedade, autonomia, subsidiariedade, participação responsável”.

Além das considerações dos participantes, houve ainda um breve relato testemunhal do membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à CNBB, doutor Carlos Moura. Ele acompanha a conferência desde o Rio de Janeiro. O encerramento do seminário será nesta quinta-feira, 28 de junho, com a temática Campanha da Fraternidade 2023 e as perspectivas pastorais, com a presença do presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, o secretário-geral, dom Joel Portella Amado, e a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima.

O evento integra as ações pensadas pera celebrar o ano jubilar da entidade, iniciado mediante convocação da presidência da entidade em 14 de outubro de 2021.

 

Fonte: CNBB Nacional


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