“REZEMOS PELOS IDOSOS, MESTRES DA TERNURA EM MEIO AO MUNDO HABITUADO À GUERRA”

 

No vídeo de intenção de oração que Francisco confia a toda a Igreja para este mês de julho, o convite para rezar pelos idosos, para que a experiência e a sabedoria deles ajudem os jovens a olhar para o futuro com esperança. A mensagem do Pontífice reforça a catequese sobre a velhice dos últimos três meses da Audiência Geral, assim como antecipa a celebração do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos de 24 de julho.

“Não podemos falar da família sem falar da importância que os idosos têm entre nós.”

Assim Francisco começa “O Vídeo do Papa” de julho, divulgado na tarde desta quinta-feira (30) com a intenção de oração que Francisco confia a toda a Igreja Católica através da Rede Mundial de Oração do Papa. Neste mês, e falando em primeira pessoa, o Pontífice pede para rezarmos especialmente pelos idosos, uma geração numerosa. Nas últimas décadas, o número de pessoas com mais de 65 anos de idade tem crescido de forma constante. O envelhecimento dessa população afeta particularmente os países mais desenvolvidos, onde 25% dos idosos vivem sozinhos. No vídeo, feito em colaboração com o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida e a Fundação Alberto Sordi, o Papa inclusive se lamenta:

Nunca fomos tão numerosos na história da humanidade, mas não sabemos como viver esta nova etapa da vida: para a velhice há muitos planos de assistência, mas poucos projetos de vida. Os mais velhos têm frequentemente uma sensibilidade especial para o cuidado, para a reflexão e o afeto. Somos, ou podemos nos tornar, mestres da ternura. E quanto! Precisamos, neste mundo habituado à guerra, de uma verdadeira revolução da ternura.

O diretor da Fundação Alberto Sordi, Ciro Intino, justamente observa que “a nossa sociedade está envelhecendo, mas tende a excluir e isolar os idosos, minando a sua identidade e o seu papel social, especialmente nas suas relações com as gerações mais jovens. Infelizmente, há uma falta de respostas adequadas aos cuidados e necessidades existenciais das pessoas mais velhas. Há ainda um longo caminho a percorrer em termos de políticas sociais e de saúde para os idosos, destinadas a limitar o isolamento a que demasiadas pessoas idosas estão atualmente condenadas”.

Dia Mundial dos Avós e dos Idosos

Já o cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, ao falar sobre a missão dos idosos no mundo e na Igreja, comenta sobre a tomada de consciência sugerida por Francisco sobre a relevância dos idosos na vida das sociedades e das comunidades que deve ser feita “não esporadicamente, mas estruturalmente, com um cuidado pastoral ordinário”. Assim, continua o purpurado, “não se trata de confrontar uma emergência, mas de lançar as bases para uma pastoral de longo prazo que nos envolverá durante décadas. Além de reafirmar a importância de combater a cultura do descarte, o Papa parece também querer oferecer pontos de referência àqueles que experimentam um desconcerto por se verem com a idade avançada. Foi por isso que quis estabelecer um Dia Mundial a ser celebrado todos os anos e marcar a época litúrgica: dizer que a Igreja está próxima dos idosos”.

De fato, o pedido de oração pelos idosos neste mês de julho reforça a celebração do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos que acontece em 24 de julho em Roma e em todas as dioceses do mundo, como recorda o próprio Pontífice:

“Temos aqui uma grande responsabilidade para com as novas gerações.  Lembremo-nos: os avós e os idosos são o pão que alimenta as nossas vidas, são a sabedoria oculta de um povo, e é por isso que devem ser celebrados, e estabeleci um dia dedicado a eles.”

Uma missão vital para os idosos

O Pe. Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, ao comentar sobre a intenção de oração do Papa, recorda como é importante quando os avós ou os idosos partilham conosco a própria experiência de vida e fé, a sabedoria e esperança: como Francisco nos recordou na sua catequese sobre a velhice nos últimos três meses na Audiência Geral, afirma o diretor, “o pacto entre as gerações, entre os idosos e os jovens, é uma bênção para a sociedade”. Mas, como lembra Ciro Intino, “para que essa dinâmica virtuosa se torne realidade, devem ser ativadas sinergias entre redes familiares, amigos, prestadores de cuidados e estruturas sociais públicas e privadas”.

E num contexto de um mundo com muitas feridas, Francisco volta a destacar o papel fundamental da geração mais velha, tanto num dos tuítes desta quinta-feira (30), quando afirma que os idosos “representam as raízes e a memória de um povo”, como ao findar a mensagem em vídeo, dizendo:

“Rezemos pelos idosos, para que se tornem mestres da ternura, para que a sua experiência e sabedoria ajudem os mais jovens a olhar para o futuro com esperança e responsabilidade.”

Fonte: Vatican News